15 de março de 2013

Maguito Vilela gasta milhões com empresa carioca de limpeza


Maguito Vilela pagou R$ 9.047.229,60 para uma empresa carioca, a Vital Engenharia, fazer a limpeza da cidade por seis meses, e o Ministério Público afirma, o que está sendo limpo mesmo é o cofre municipal!

Corrupção em Aparecida de Goiânia
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), é acusado pelo Ministério Público de desperdiçar R$ 13.122.379,62 dos cofres municipais com uma empresa do Rio de janeiro, a Vital Engenharia Ambiental S/A, e outra de São Paulo, a Construban Logística Ambiental Ltda. Ambas receberam essa fortuna só para fazer a limpeza da cidade, em períodos que não ultrapassaram seis meses.
A Vital Engenharia, com sede no Rio de janeiro, fechou negócio com Maguito no valor de R$ 9.047.229,60, para fazer a limpeza urbana por seis meses. É o que comprova o contrato número 047/2010, que a Vital firmou com a prefeitura em 25 de fevereiro desse ano. Em municípios com as características de Aparecida, esse serviço custa, em média, R$ 300.000,00.
A empresa Construban, de São Paulo, também ganhou R$ 1.813.750,02 para limpar a cidade pelo mesmo período de tempo, 180 dias. O dinheiro foi pago em seis parcelas de R$ 302.291,67, conforme acertado no contrato inicial de número 002/2009, datado de 1º de abril de 2009.
A significativa ajuda financeira de Maguito Vilela as empresas paulista e carioca lhe rendeu mais uma Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa, proposta pelo promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva, titular da 9ª Promotoria de Justiça (Defesa do Patrimônio Público).
O processo contra Maguito Vilela e as duas empresas de limpeza urbana foi protocolado na Vara das Fazendas Públicas da Comarca de Aparecida sob o número 187513-09.2010. A ações movidas pelo MP contra o prefeito se acumulam no Judiciário, mas se ele for condenado em alguma delas, poderá perder o mandato e ser expurgado da vida pública por um longo tempo.

Construban fatura
alto com a sujeira
Depois de embolsar quase dois milhões de reais (R$ 1.813.750,02) para “limpar” Aparecida por seis meses, a empresa de São Paulo firmou mais dois contratos milionários com a prefeitura, o último deles precedido de um ilegal termo aditivo. Ao todo, a Construban faturou em Aparecida R$ 4.075.150,02.
O segundo acordo que a Construban fez com Maguito lhe rendeu a bagatela de R$ 1.130.700,00, para fazer a limpeza urbana por somente três meses! O dinheiro foi pago em três parcelas de R$ 376.900,00. Maguito de novo alegou “situação emergencial” para driblar a lei de licitação, e celebrar o contrato, de número 553, datado de 02 de outubro de 2009.
Quando terminou o segundo contrato com a Construban – ao preço de R$ 1.130.700,00 por três meses de serviço – Maguito celebrou o Termo Aditivo 401/2009, em 30 de dezembro do ano passado, prorrogando o negócio com a empresa paulista e desrespeitando o próprio contrato, que tinha caráter de improrrogável.
Graças ao Termo Aditivo, o contrato com a Construban foi esticado por mais três meses, período em que a empresa recebeu mais R$ 1.130.700,00 para limpar a cidade, e o cofre municipal, durante 90 dias. Em Aparecida, ao que parece, o lixo vira luxo empresarial.

Aparecida envia mais
dinheiro para São Paulo
O vantajoso Termo Aditivo feito com a Construban também era improrrogável. Por isso, dois dias depois da realização do termo, Maguito Vilela o substituiu pelo terceiro contrato com a sortuda empresa, também para serviços de limpeza pública.
Por esse contrato, de número 001-A/2010, com validade de 01 de janeiro a 31 de março de 2010, ou seja, 90 dias de limpeza, a prefeitura de novo pagou a Construban R$ 1.130.700.00, divididos em três parcelas de R$ 376.900,00.
Segundo o promotor Élvio Vicente, desde quando assumiu o mandato, Maguito Vilela trabalha para favorecer a Vital e a Construban. Tanto é que o o terceiro contrato com a Construban, de número 001-A/2010, que substituiu o termo aditivo e prorrogou o acordo com a empresa paulista por mais três meses, até 31 de março, foi firmado num feriado – 1º de janeiro de 2010.
Élvio Vicente afirma que Maguito Vilela já celebrou três contratos consecutivos, ilegais, imorais e a peso de ouro com a Construban Logística. Em nenhum deles a empresa passou pelo crivo da licitação.
Os contratos milionários foram firmados, e renovados, sem o devido processo licitatório. O ato ilegal do prefeito impediu que empresas de Goiás que atuam no ramo de limpeza pública disputassem o serviço com as privilegiadas Construban Logística e Vital Engenharia.

Firma carioca entra no esquema
Também sem precisar concorrer com outras empresas, a empresa carioca Vital Engenharia entrou no lucrativo negócio do lixo de Aparecida de Goiânia. Ela fechou acordo com Maguito no valor R$ 9.047.229,60 para fazer a limpeza pública por seis meses. O dinheiro deve ser pago em parcelas mensais de R$ 1.507.871,60 e também sairá dos bolsos dos contribuintes.
O milionário contrato, de número 047/2010, foi firmado no dia 25 de fevereiro deste ano. A Vital negociou com a prefeitura de Aparecida antes mesmo de findar o contrato do município com a Construban, que terminou no dia 31 de março deste ano. O valor pago à Vital pela prefeitura de Aparecida é tido pelo promotor Élvio Vicente como extremamente absurdo.
O promotor tem razão, pois em depoimento na Promotoria, o dono da EBM – empresa que fazia a limpeza urbana na gestão do ex-prefeito Macedo –, Edivaldo Bento de Moura, informou que até dezembro de 2005 recebia R$ 240.536,96 por mês para fazer a limpeza urbana de toda a cidade.
Élvio Vicente também não concorda com a dispensa da licitação sob a alegação de situação emergencial. Na Ação, o promotor escreve que é inadmissível a limpeza urbana permanecer durante 15 meses em situação de emergência e acrescenta, nesse tempo o prefeito teve tempo de sobra para fazer o processo licitatório, se quisesse.

Prejuízo ao erário é comprovado
Enquanto o prefeito Maguito contratou a Vital Engenharia por R$ 9.047.229,60, em outros municípios com as características de Aparecida, o mesmo serviço custa em torno de R$ 320.000,00. A informação foi repassado ao promotor Élvio Vicente pelo secretário de Desenvolvimento Municipal, Walbelino de Oliveira.
Segundo o secretário, esse valor foi constatado pela própria prefeitura quando ela fez um levantamento de preço. Mas, estranhamento, Maguito optou por contratar a Construban e a Vital a peso de ouro. Segundo o MP, houve prejuízo ao erário e às empresas goianas que não puderam oferecer preço mais baixo, já que não houve concorrência pública.
O promotor Élvio descobriu também que existe seis caminhões compactadores de lixo parados na garagem para veículos pesados da prefeitura, cinco deles em perfeito funcionamento. Enquanto eles permanecem ociosos, Maguito paga uma fortuna pelos caminhões alugados da Vital Engenharia.

A partir de agora, o povo de Aparecida pensará 10 vezes antes de jogar um papel de balinha no chão, já que a limpeza urbana do município parece ser a mais cara do planeta

Enquanto em outros municípios a limpeza urbana não custa mais de R$ 320.000,00, em Aparecida o serviço já custou acima de R$ 13 milhões aos cofres públicos

Maguito Vilela foi buscar em São Paulo e no Rio de Janeiro empresas para fazer a limpeza pública em Aparecida. Ele ignorou a lei de licitação, prejudicando empresários goianos que atuam no setor


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