O governador Siqueira Campos
(PSDB), recebeu dinheiro de Carlinhos Cachoeira na campanha e em
troca iria lhe entregar a administração de todo o serviço de
inspeção veicular no Tocantins. O acordo é denunciado pela Polícia
Federal na interceptação de uma conversa entre o bicheiro e Cláudio
Abreu, ex-diretor da Delta Construções
Operação Monte Carlo
O
governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB), é mais
um dos políticos abençoados pelo dinheiro da organização
criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira. No esquema da barganha, o
bicheiro teria sob o seu comando obras e serviços importantes em
todo o Estado.
Siqueira
recebeu R$
3 milhões da Construtora
Rio Tocantins - CRT, cujo dono, o empresário Rossine Aires
Guimarães, é apontado pela Polícia Federal como uma espécie de
sócio de Cachoeira. Ele recebeu mais R$ 500 mil da empreiteira JM
Terraplenagem e Construção, também ligada ao grupo do bicheiro.
O
recebimento dos R$ 500 mil foi confirmado pelo próprio filho do
Governador, o secretário das Relações Institucionais, Eduardo
Siqueira Campos. Siqueirinha alega que a doação respeitou a
legislação e foi depositada na conta do Comitê Único da campanha
de Siqueira Campos. "Nenhuma empresa doa sem interesse",
ensina Eduardo.
Nesse
caso, o interesse do bicheiro era administrar todo o serviço de
inspeção veicular no Tocantins, que deve ser implantado em breve. A
troca de favores fica clara num telefonema onde o ex-diretor da Delta
Construções, Cláudio Abreu, diz a Cachoeira: “Ele (Eduardo
Siqueira) num mandou dar o negócio pra nós lá? a inspeção
veicular? Só isso aí, a inspeção veicular do Tocantins, já
mata”.
Cláudio
Abreu ressalta a importância que é a organização criminosa
administrar a inspeção veicular no Tocantins para acalmar
Cachoeira, que na conversa se diz insatisfeito com Eduardo Siqueira.
No diálogo, o bicheiro demonstra a sua preferência por Marcelo
Miranda, no que é atalhado por Abreu: “O Siqueira também é bom
para os nossos negócios”.
O
bicheiro até fala em pegar de volta o dinheiro que jogou na campanha
do tucano: “Ele
podia me devolver aqueles 500 lá. Mas agora ele vai pagar com
aqueles trem (sic) lá... tá bom. To puto com aqueles 500 lá. Não
quero nem ver aquele Eduardo”. Cláudio Abreu então lembra que a
inspeção veicular é altamente lucrativa para a organização
criminosa.
Empresa
ligada ao bicheiro
recebe
dinheiro do Governo
Siqueira Campos nega que tenha
beneficiado empresa ligada a Carlinhos Cachoeira e diz que só
encontrou o bicheiro uma vez, em 2010, quando teria sido apresentado
a ele pelo ex-senador Ataídes de Oliveira (PSDB). Não é o que diz
o relatório da Polícia Federal.
A
PF afirma que Siqueira Campos já pagou R$
19,1 milhões a Construtora
Rio Tocantins, do empresário Rossini,
apontado na Operação Monte Carlo como amigo e sócio de Cachoeira.
Em 21 meses, o ex-governador Marcelo Miranda, também acusado de
envolvimento com o bicheiro, pagou R$ 74,7 milhões a empreiteira.
A CRT é uma empresa privilegiada
no Tocantins. De 2008 até o ano passado, ela embolsou R$
234.444.617,62 dos cofres do Estado. Nos relatórios da PF a CRT é
citada em várias ligações interceptadas e Cachoeira teria forte
influência na construtora, que seria utilizada para negociar
licitações favoráveis à Delta Construtora.
Numa das conversas interceptadas,
no dia de 14 de junho de 2011, Gleyb Ferreira da Cruz, braço-direito
da quadrilha, pergunta a Cachoeira se deve fechar um negócio pela
Delta ou pela CRT. Cachoeira orienta que seja usada a empresa de
Rossine. A PF, em um dos relatórios, aponta Rossine como um
financiador de campanhas políticas.
Cachoeira pede ajuda para
Marcelo Miranda no STF
O grampo que interceptou o diálogo
entre Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres no dia 27 de abril do
ano passado, revela o bicheiro pedindo ao senador para interferir na
decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal – STF,
que julgava um recurso impetrado pelo ex-governador Marcelo Miranda
(PMDB) para ocupar uma vaga no Senado. ele foi impedido de assumir o
cargo por ter sido condenado por abuso de poder político na eleição
de 2006
Repetindo
o discurso de todos os acusados de envolvimento com o bicheiro,
Marcelo Miranda
nega ter pedido ajuda a Cachoeira ou a Demóstenes para ter sucesso
no STF. “Estou surpreso de ver meu nome citado por essas pessoas”,
diz ele. “Cachoeira, por exemplo, eu mal conheço, só o
cumprimentei uma vez.”
Contudo,
no telefonema Cachoeira é claro e objetivo quando fala com
Demóstenes: “Doutor,
o Marcelo Miranda, ele tem chance de assumir o Senado?” O senador
responde que sim e pergunta se o bicheiro quer que ele ajude o
ex-governador. Cachoeira, animado, diz: “Ah,
era bom, pô! É cara nosso. Ele até te pediu. Você podia ligar pra
ele. Ele até me chamou ontem, falou pra você dar uma força pra ele
aí.
O
ministro Fux reformulou sua decisão sobre a impugnação da
candidatura ao Senado de Marcelo Miranda 10 dias depois de ter
acatado recurso do peemedebista. Segundo relatório da PF, a
quadrilha de Cachoeira queria Marcelo Miranda no Senado a fim de que
ele servisse de ponte para o Palácio do Planalto.
(janelas)
O governo de Siqueira Campos já
pagou R$ 19,1 milhões a CRT, empresa que, segundo a Polícia
Federal, tem Carlinhos Cachoeira como sócio oculto
Eduardo
Siqueira confirmou a imprensa que o pai recebeu R$ 500 mil da JM
Terraplenagem e Construção como doação de campanha. A
empreiteira, ligada ao grupo do bicheiro,iria administrar o serviço
de inspeção veicular em todo o Estado
Grampo
da PF revela que Cachoeira preferia negociar com Marcelo Miranda, no
Tocantins. O bicheiro mandou o senador Demóstenes interferir em
decisão do STF para que o peemedebista assumisse uma vaga no Senado
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