15 de março de 2013

MP pede afastamento de Maguito por privilegiar Delta Construtora


Aparecida de Goiânia
Maguito Vilela (PMDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, é acusado de prejudicar micro e pequenas empresas para favorecer, com licitação fictícia, as empreiteiras Delta e Almeida Neves com contratos milionários, superiores a R$ 26 milhões. Segundo a Operação Monte Carlo, a Delta Construções é ligada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, de quem o peemedebista é amigo e padrinho de casamento

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), foi denunciado pelo promotor Élvio Vicente por fraudar licitação a fim de beneficiar as empreiteiras Delta Construções e Almeida Neves com contratos milionários para serviços na área de limpeza urbana em Aparecida. Segundo o MP, o certame teve edital fictício, preços superfaturados e impediu a participação de micro e pequenas empresas no certame.
A falcatrua de Maguito proporcionou as duas empresas assinarem acordos de R$ 26.055.085,61 com a prefeitura. O contrato anual número 160, firmado com a Delta, custa R$ 14.377.950,00 aos cofres de Aparecida. Pelo contrato anual 159, a empreiteira Almeida Neves fatura R$ 11.677.135,61 do município.
Segundo a Operação Monte Carlo, a Delta Construções, que firmou contrato ilegal com o prefeito Maguito Vilela, tem como sócio oculto o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso no complexo da Papuda, em Brasília. Maguito Vilela é padrinho de casamento de Cachoeira.
De acordo com Élvio Vicente, o processo licitatório patrocinado por Maguito é totalmente viciado porque deixou de fora da concorrência pública as micro e pequenas empresas que poderiam fazer o mesmo serviço da Delta Construtora e da Menezes Neves por preços bem mais baratos.
A liminar onde Élvio Vicente requer ao Judiciário a saída, de imediato, de Maguito Vilela da prefeitura de Aparecida integra a sétima Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa proposta pelo promotor de Justiça contra o prefeito peemedebista. O Juiz Gustavo Dalul, que vai julgar o pedido de afastamento e a ação principal, por improbidade, já suspendeu os direitos políticos de Maguito. Por três anos, ele não poderá disputar e/ou exercer cargo público. A decisão cabe recurso.
Maguito figura como réu em mais de 10 processos propostos contra ele pelo promotor Élvio Vicente. Sucessivamente, o titular da 9ª Promotoria de Justiça da Comarca de Aparecida tem requerido ao Judiciário tomar providências contra a contínua dilapidação dos cofres da prefeitura.

Preços superfaturados
De acordo com o promotor Élvio vicente, os serviços contratados com a Delta Construções e a Almeida Neves – aluguel de caminhões, máquinas com motoristas e operadores – tem preços superfaturados porque o processo licitatório foi viciado e impediu a participação de outras empresas que poderiam oferecer preços bem mais baratos.
A licitação que privilegiou com o dinheiro público as duas empreiteiras foi feita no sistema de dois lotes e teve apenas duas empresas participantes por lote – Delta Construções e Tecpav Tecnologia e Pavimentação, no primeiro lote, e Almeida Neves e Tecpav Tecnologia, no segundo. De acordo com Élvio Vicente, a licitação foi cômoda e vantajosa para as empresas ganhadoras, mas um desastre para o erário.
São fortes os indícios de que a licitação foi de cartas marcadas e de que a Tecpav Tecnologia só concorreu com as duas empreiteiras para perder. Na disputa com a Delta, no lote 01, o preço da Tecpav foi de R$ 14.572.160,04, enquanto o da Delta foi de R$ 14.377.950,00. No lote 02, a Tecpav apresentou proposta de R$ 12.084.260,04, contra os R$ 11.677.135,61 da Almeida Neves.
O Tribunal de Contas dos Municípios já tinha avisado ao prefeito que ele era obrigado a anular a licitação, por ser um processo viciado e de valores superfaturados. Maguito recorreu da decisão, perdeu de novo. A partir daí, fez ouvidos de mercador a decisão do TCM.
A maracutaia de Maguito Vilela começa pela minuta do edital e do contrato, que foram analisados por assessores jurídicos comissionados e não por procuradores municipais concursados, da Superintendência da Licitações, como manda a lei.
Segundo o Ministério Público, Maguito tentou dar um caráter de legalidade ao edital, que previa a participação de micro e pequenas empresas na concorrência. O documento é considerado fictício pelo MP, pois empresas de pequeno porte jamais teriam condições de concorrer com as três gigantes que participaram da licitação fraudulenta.

Maguito causou mais prejuízo a cidade
Adepto das negociatas que privilegiam grandes empreiteiras em detrimento do dinheiro do município, Maguito Vilela causou, com a licitação em benefício da Delta e da Almeida Neves, mais um enorme prejuízo as finanças da prefeitura.
O promotor Élvio Vicente mandou fazer as contas: graças aos contratos superfaturados, em três anos Aparecida teria gasto a fortuna de R$ 140 milhões. E não teria comprado um caminhão sequer, já que os contratos são apenas de locação. Pelos dois contratos fraudulentos, a prefeitura se responsabiliza até em arcar com o combustível utilizado nos caminhões das privilegiadas empreiteiras.
Para se ter uma idéia do prejuízo financeiro e patrimonial sofrido por Aparecida, vale ressaltar que num levantamento feito por determinação do promotor Élvio Vicente, os R$ 14.377.950,00 cobrados pela Delta daria para a prefeitura comprar 72 caminhões e 15 pás carregadeiras zero quilômetro, conforme tomada de preço feita na Belcar Caminhões –, na Wolkswagen, na Flach e na Locagyn, de Goiânia, no último dia dois de maio.
Élvio Vicente afirma que a licitação só teve por objetivo beneficiar as empreiteiras ganhadoras, que aceitaram participar de uma concorrência fictícia com micro e pequenas empresas, sabendo de antemão que elas não tinham condições de participar ou de vencer a pseudo licitação. A Delta e a Almeida Naves também figuram como réus na Ação Civil Pública por Improbidade contra o prefeito Maguito Vilela.

Manter Maguito Vilela no governo municipal poderá implicar em continuidade de atos ofensivos ao sistema legal. E o seu afastamento imediato do cargo impedirá que outros danos ocorram, já que várias ações de combate a improbidade não o impediram de continuar as ilicitudes” (Élvio Vicente da Silva, promotor de Justiça)

Maguito Vilela é amigo e padrinho de casamento do bicheiro Carlinhos Cachoeira e o bicheiro é ligado a Delta Construções, a empreiteira presenteada pelo prefeito com uma licitação fictícia e de preços superfaturados



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