Segue extraviado da
Associação Paulista de Imprensa um rico patrimônio que segundo denúncia do
jornalista Pedro Nastri ao Ministério Público e a este blog, em primeira mão,
sumiu no mandato do advogado Sérgio Redó. Em maio o Judiciário ordenou, com
urgência, o inventário do acervo, mas não se sabe até agora o destino das obras
de arte, inclusive aquarelas de Di Cavalcanti, originais de escritores como
Monteiro Lobato e Cásper Líbero, e até pedras preciosas
Redó pinta a API com produto que causou incêndio num prédio em Londres e matou 79 pessoas |
O único resultado
concreto da denúncia do jornalista Pedro Nastri ao Ministério Público, dando
ciência que o pseudopresidente da Associação Paulista de Imprensa (API),
advogado Sérgio de Azevedo Redó, sumiu com um acervo valioso da entidade, é a
expulsão sumária e sem direito à defesa, do denunciante do quadro de filiados;
e o processo por danos morais que Redó move contra ele e esta repórter; por
este blog ter publicado em primeira mão o caso da dissipação dos bens.
De acordo com
Pedro Nastri o patrimônio de valor histórico, artístico e cultural que
desapareceu na malfadada gestão de Sérgio Redó formava
a hemeroteca e o acervo iconográfico da API. Compostos, respectivamente, de
exemplares raros dos jornais Diário da Noite, Correio Paulistano, Farol
Paulistano, entre outros publicados na época; e de obras de arte como quadros,
esculturas, retratos e gravuras, trata-se de um legado da entidade, de São
Paulo e do Brasil.
Sérgio
Redó não se satisfez em destruir o tesouro consagrado da API, desmontar a
biblioteca com mais de mil obras e documentos valiosos e sumir com o mobiliário
raro destinado à criação do Museu da Imprensa Paulista. O pseudopresidente
teria desaparecido até com jóias e pedras preciosas – esmeraldas – que haviam
sido doadas à entidade, conforme denuncia Nastri ao MPSP.
Até a edição desta reportagem, o acervo
da API continuava em lugar incerto e não sabido. Um oficial de Justiça esteve
no prédio da entidade em junho, cumprindo a ordem do juiz de Direito José
Antonio Lavouras Haicki, da 6ª Vara Cível do Fórum Central, que determinou o
arrolamento dos bens no mês de maio passado, em caráter de urgência. Segundo
Nastri, os pertences não teriam sido encontrados.
O jornalista
Fabio D’Urso informa que dois peritos historiadores irão fazer o inventário dos
bens, acompanhados de um oficial de Justiça e de um promotor público, “mas não
tem data marcada para isso acontecer”, ele frisa. Essa decisão judicial pode
complicar a vida de Redó. Afinal, ele terá de aparecer com os livros raros e as
obras de arte que assinou ter recebido quando assumiu a API, e que
desapareceram no mandato dele.
Enquanto os bens
continuam sumidos, Sérgio Redó acelera a ruína da API, como se a Justiça não
pudesse barrar os seus atos ilegais e catastróficos. Prova disso é que, segundo
Fábio D’Urso, ele revestiu a fachada do prédio com o produto Reynobond PE, o
mesmo responsável pelo incêndio num edifício residencial em Londres, em junho
passado, e que causou a morte de 79 pessoas.
Mais
recentemente, Redó enviou um ofício ao presidente Michel Temer, cujo índice de
rejeição é de 74% nas ruas e de 89% entre os internautas; indicando, em nome da
API, o deputado paraibano André Amaral para assumir o Ministério da Cultura. O
pedido é no mínimo curioso, partindo de Redó, acusado de dilapidar o patrimônio
histórico e cultural da associação de imprensa de São Paulo.
Redó recusa ofício do MPE
e juiz ordena força policial
Redó tenta desafiar MPSP e se dá mal |
A decisão
do juiz José
Haicki foi dada em caráter de
liminar e acata pedido feito pelo promotor Marcos Stefani, da
1º Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, onde já tramita o
Inquérito Civil Público de número 14.0695.723/2016-8, instaurado para apurar a
denúncia da dilapidação dos bens da API na era Redó.
Em princípio, o
Ministério Público enviou ofício a Sérgio Redó para que ele apresentasse a
relação do acervo da hemeroteca, do acervo iconográfico e do acervo da
biblioteca, bem como a relação dos documentos e das obras mais raras e/ou
notáveis que compõem o patrimônio da API. O advogado se recusou a receber o
ofício.
Diante da tentativa
de Redó, de esnobar o Ministério Público, o juiz José Haicki ordenou o uso de força policial e
até o arrombamento do imóvel, se fosse preciso. Tudo para fazer cumprir o
mandado judicial, e um oficial de justiça pudesse entrar no prédio da API a fim
de fazer a constatação de todos os bens e documentos indicados na ação principal
do MPSP; a que investiga o sumiço do patrimônio.
Fundamentado nas
provas colhidas pelo MPSP, o juiz José Haicki concluiu que a API possuía sim,
um acervo de valor histórico, artístico e cultural, e a existência dos bens foi
confessada pelo próprio réu, no caso, Sérgio Redó. Porém, acrescenta o juiz, o
inventário e o paradeiro dos bens são incertos.
Redó levou um
banho de água fria na sua vaidade, pois o magistrado comunicou a sua decisão ao
Grupo de Estudos de Inventário e Reconhecimento do Patrimônio Cultural e
Natural e à Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), do
Condephaat. O órgão tem a missão de proteger o patrimônio cultural no Estado de
São Paulo e o historiador Lauro Ávila Pereira, lotado na UPPH, irá acompanhar o
arrolamento do acervo.
Para Redó, que
ama sair bem na foto, fingindo estar tudo certo na API, o arrolamento dos bens cai
como uma paulada e ele fica mal também perante o Conpresp - Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São
Paulo, pois a decisão judicial foi avisada ao Departamento do Patrimônio
Histórico (DPH), que integra o Órgão da Prefeitura.
Pseudopresidente se contradiz
sobre o destino do patrimônio
11º andar do prédio da API, onde Sérgio Redó alega estar guardado o rico acervo da instituição |
O
“doutor” Sérgio Redó, como adora ser tratado, se enrola todo e apresenta
versões contraditórias quando o assunto é informar o paradeiro dos bens da API,
e que Nastri afirma terem sumido na gestão dele. À juíza Fernanda Soares Fialdini
– ela julga a Ação de Indenização por Dano Moral que ele move contra Pedro Nastri
e Edna Santos – Redó disse ter doado o acervo à Câmara Municipal de São Paulo.
O Legislativo desmente Redó e afirma, em declaração publicada neste blog,
jamais ter recebido acervo algum da API.
Em outra
versão de Redó sobre o sumiço dos bens, ele contou ao jornalista Fábio Ramalho
(Blog do Ramalho) que o acervo estaria guardado no 11º andar do prédio da API.
Mas fotos do 11º andar, também publicadas aqui, desmentem a nova estória e
denunciam: no local, o único acervo que existia era de lixo e entulho que ali
se acumulavam quando as imagens foram feitas.
Quando o
Judiciário decidiu pelo arrolamento do acervo, Sérgio Redó divulgou uma “nota
de esclarecimento”, de cinco laudas, onde joga toda a culpa pelo sucateamento
dos bens da API nos ex-presidentes JB Oliveira e Costa Carregosa. Redó diz na
“nota” que quando ele assumiu entidade, "não encontrou um único registro de
inventário de obras de arte, livros, mobiliário ou mesmo uma biblioteca”.
Em se
tratando da API, é difícil saber quando Redó fala a verdade, pois ele já
apresentou diversas versões para tentar explicar o sumiço do patrimônio. Contou
uma história à juíza Fernanda Fialdini, construiu outra para o jornalista Fábio
Ramalho e agora, quando acionado pela Justiça, joga a culpa em dois
ex-presidentes da entidade. O advogado precisa decidir qual de suas versões é a
legítima.
Nastri desmente Redó
Pedro Nastri luta na Justiça para resgatar a API |
Pedro Nastri
assegura que Redó mandou despejar no lixo os originais de diversos escritores,
dentre eles Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti
Del Picchia e Cásper Líbero. Os documentos descartados pertenciam à biblioteca
da API e fazem parte do patrimônio histórico e cultural do Brasil.
O
jornalista relata ao MPSP que Sérgio Redó recebeu, quando assumiu a primeira
gestão, em 2009, toda a relação de obras de arte, esculturas, acervo
iconográfico, biblioteca com mais de mil volumes raros, documentos originais de
diversos escritores. Em suma, Redó assinou ter recebido uma API rica e hoje
alardeia “administrar” uma API miserável. O advogado Redó confessa que faliu a
API?!
De acordo
com Nastri, além de deixar a API sem os seus registros históricos, Redó
descartou como lixo móveis datados de 1933 que guarneciam o acervo da entidade.
O mobiliário raro estava sendo preservado para ficar à mostra quando for criado
o Museu da Imprensa Paulista.
Fato é que a API está falida e quase não
tem filiados. A entidade sobrevive dos alugueis de salas dos seus 11 dos
andares e tem uma renda mensal em torno de 20 mil. Como no estatuto alterado
pelo advogado ele criou uma cláusula que lhe permite movimentar R$ 25 mil por
dia sem precisar da aprovação de ninguém, Redó nunca mais precisará de um
conselho fiscal para verificar suas contas.
Redó oferece prédio da API em garantia de dívida!!!
Fábio D'Urso impediu que API perdesse sede própria |
O advogado Sérgio
Redó mostra-se insaciável no seu processo de destruição da API, pois além da
acusação de sumir com os bens, até o prédio da entidade ele tentou hipotecar em
pagamento de dívida – a medida arbitrária é proibida pelo termo de doação do
imóvel.
Não fosse a
interferência rápida do jornalista Fábio D’Urso, que entrou urgente no processo
como terceiro interessado, a API perderia a sua sede própria. Sem compromisso
algum com a imprensa, o advogado reduziu a associação em mera administradora de salas
de aluguel. Hoje, a quase centenária entidade encontra-se desmoralizada e é
chamada nos meios de comunicação de API/ADM Condominial.
De posse
da presidência desde 2009, Sérgio Redó se auto-reelegeu em 2012 por meio de um
estatuto fraudado. O documento é espúrio e de regras
nazi-fascistas – essa é a opinião de muitos jornalistas, inclusive de Costa
Carregosa, ex-presidente da instituição –, e ficou muito tempo sem validade,
sem registro em cartório e sem ter sequer ata lavrada.
Só recentemente,
e por rumos obscuros que estão sendo questionados na Justiça, Redó conseguiu
registrar o estatuto que lhe dá plenos poderes e praticamente o perpetua no
cargo. Entre as aberrações do regimento, o advogado pode até expulsar
associados sem a realização de assembléia, como fez com Pedro Nastri. O
jornalista foi expulso sumariamente e sem direito à defesa.
Redó repudia imprensa livre
Processo de Sérgio Redó contra Edna Santos e Pedro Nastri é monitorado pela Abraji |
Pedro Nastri,
também historiador da cidade de São Paulo, entrou para a lista negra de Sérgio Redó
depois que denunciou a este blog e ao Ministério Público ter sumido da API, na
gestão do advogado, um patrimônio valioso que inclui até obras de Di Cavalcanti
e pedras preciosas de esmeraldas.
Pela visão
caolha do advogado Redó sobre a imprensa, jornalista algum tem o direito de
denunciar as suas falcatruas na API. A “experiência” dele na comunicação se
restringe ao programa Sala de Imprensa, onde ele rasga seda para autoridades do
mundo jurídico e político a fim de tentar obter favores pessoais ou tentar
emplacar a carreira de advogado.
Os
Apianos contrários aos atos arbitrários do pseudopresidente Redó, e não são
poucos, são declarados pelo advogado persona
non grata na desvanecida Casa do Jornalista. Para os profissionais que
denunciam os seus crimes contra a entidade, ele reserva meios coercitivos
selvagens aos olhos da natureza livre da imprensa, como faz com os jornalistas
Pedro Nastri e Edna Santos.
Numa
afronta absurda à liberdade de imprensa Sérgio Redó, que usa o cargo para
lograr proveito pessoal em detrimento dos afiliados – conforme esta repórter
denunciou com exclusividade neste blog –, move processo judicial contra Pedro
Nastri e Edna Santos porque os dois denunciaram os crimes e as maracutaias dele
na entidade. Redó age encorajado pela impunidade que julga desfrutar; e não é
pra menos a confiança dele.
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