Acusado por um pastor de ficar
milionário a custa do dinheiro dos fiéis evangélicos, o diretor
presidente da Igreja Assembléia de Deus, ministério de Madureira em
Gurupi, exerce o ensinamento do Cristo ao contrário: ele já
expulsou dos templos 28 pastores que questionaram as suas práticas
nada cristãs
Comércio da Fé
Se Jesus Cristo voltasse a terra
hoje e passasse por Gurupi ele expulsaria o pastor João da Cruz
Gomes Feitosa da presidência das igrejas Assembléia de Deus que
compõem o ministério madureira na região Sul do Tocantins. Ele é
acusado de desviar para a sua conta bancária o dinheiro que os fiéis
entregam nas igrejas. Ditatorial, ele já teria expulsado dos templos
28 pastores que discordaram da roubalheira.
Uma de suas vítimas é o pastor
Nelson Ferreira Barros, 54 anos. Teólogo formado, ele conta que
depois de 30 anos pastoreando em Gurupi, foi expulso da igreja por
João da Cruz depois de questiona-lo sobre os desvios de dinheiro nas
igrejas sob o comando dele. “O presidente é um tirano e tem como
comparsa o pastor Marcos Orelo Passos”.
Segundo pastor Nelson, João da
Cruz humilha e calunia pastores, obreiros – os ajudantes nos cultos
religiosos – e os demais funcionários dos templos. Ele diz que
João usa a igreja para atender seus interesses particulares e
estaria obrigando os membros a passar necessidade para fazer altas
doações em dinheiro.
João da Cruz é presidente da
Assembléia de Deus a 11 anos. Como o cargo é vitalício, pastor
Nelson diz que muito dinheiro dos fiéis ainda será desviado.
Segundo ele, por causa da postura desonesta do presidente, centenas
de membros estão indo para outras igrejas. “Muitos jovens,
decepcionados, saíram da igreja e entraram no submundo das
drogas”, frisa.
Mansão e fazendas,
presentes de Deus?
Pastor Nelson conta que caiu em
desgraça com o irmão de fé quando a direção da igreja Assembléia
aprovou uma verba de R$ 200 mil para a aquisição de uma casa
pastoral e o pastor João da Cruz se apossou de mais grana e comprou
uma mansão em Gurupi avaliada em mais de R$ 1 milhão. “Só nesse
golpe, João da Cruz deu um desfalque em torno de R$ 800 mil as
igrejas”, acusa.
Segundo Nelson Barros, o pastor
João, antes um simples lanterneiro, possui agora um patrimônio que
faz lembrar o milagre da multiplicação. Além de morar numa mansão
comprada com dinheiro dos fiéis, ele desfila num possante carro, uma
WS-4 branca . Pastor João é dono ainda de duas fazendas no
município de Crixás, onde cria vacas brancas.
O presidente da Assembléia de
Deus recebe, por mês, 22 salários mínimos. Segundo Nelson, somados
os gastos com ajudas de custos, a remuneração mensal de pastor João
ultrapassa 50 salários. De acordo com Nelson, até o imposto de
renda do pastor é pago pela igreja.
Pastor Nelson afirma que João da
Cruz não aceita ser contestado e reina absoluto nas igrejas
assembléias que formam o ministério de Madureira – Campo de
Gurupi. Além dele, João da Cruz já teria expulsado outros 28
pastores que ousaram criticar suas atitudes anti cristãs.
“João
da Cruz persegue quem fica contra ele. Nós temos pastores
desempregados e desamparados e muitos sofreram ameaças verbais e até
físicas porque discordaram da roubalheira promovida pelo
presidente”. O pastor João não foi localizado para comentar as
denúncias. O espaço continua aberto, caso ele queira se manifestar.
Pastor Nelson Barros construiu
seis igrejas em Gurupi, mas foi expulso do templo quando se
posicionou contra os desvios de dinheiro da igreja na gestão do
pastor João da cruz
“Mais
de 50 pastores de Gurupi não falam comigo por ordem do presidente
João da Cruz” (Nelson
Barros, um dos 28 pastores expulsos da igreja Assembléia de Deus
pelo presidente vitalício da entidade)
João da Cruz é acusado de
comprar com o dinheiro dos fiéis uma mansão avaliada em R$ 1 milhão
e duas fazendas em Crixás. De ex lanterneiro, ele desfila agora numa
possante WS-4
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