27 de setembro de 2016

Jornalista Costa Carregosa apoia Assembleia da A.P.I. contra Redó

API – ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA 
                      Convocada para o dia 30/09/2016

Comunicado aos companheiros jornalistas e associados da Associação Paulista de Imprensa:



Em função de viagem internacional anteriormente compromissada, não poderei estar presente na Assembleia Geral Extraordinária convocada e pessoalmente, participar dos debates que tenho certeza, serão decisivos - neste momento crítico na história da entidade - para o futuro de nossa querida Associação Paulista de Imprensa (A.P.I.) – a Casa do Jornalista de São Paulo.
Na impossibilidade de meu comparecimento, tomei a liberdade de solicitar ao companheiro Fred Ghedini, (amigo de longa data e muitas lutas em prol da profissão e do trabalho do jornalista profissional) que seja portador desta mensagem, pois não posso deixar de registrar a importância da atitude e do momento que representa esta Assembleia. 
Talvez seja desnecessário acentuar que sou filiado à Associação Paulista de Imprensa a mais de três décadas, tendo participado de várias diretorias, e presidido a entidade por duas vezes, além do que, sou autor do mais recente – embora incompleto ainda – trabalho sobre sua história contemporânea. 
Ao lado de figuras notáveis que deram o máximo de si em prol da A.P.I., pude acompanhar o desenrolar da história da entidade nos últimos 30 anos e identificar os principais problemas que pautaram a vida da instituição em sua história recente.
 O desvio de finalidade, a malversação do patrimônio, a incompetência em aproximar ideologias distintas, a falta de discussão através do debate de ideias e ideais, o desinteresse pelo bem estar e as necessidades do profissional de Imprensa; a falta de serviços necessários aos associados, a desatenção para com as mudanças mercadológicas e técnicas ocorridas na comunicação, as promessas de melhorias nunca cumpridas, a utilização do patrimônio predial quase que exclusivamente para locação a categorias que nada tem a ver com a nossa (principalmente a advogados em função das proximidades do Tribunal de Justiça) ; a péssima administração do patrimônio físico, cultural e histórico, o prejuízo provocado pela perda de instalações como o auditório, a não utilização de espaços que poderiam ser úteis a novas entidades da categoria que foram surgindo nos últimos anos e que nunca encontraram na API qualquer tipo de abrigo ou apoio, com exceção daquelas que se propuseram a servir ao interesse pessoal de alguns mandatários.
Esses são apenas alguns dos muitos e, facilmente identificáveis, motivos que conduziram a Associação Paulista de Imprensa à beira do desastre e que, aliás, são de pleno conhecimento de muitos companheiros! Entretanto, o principal deles, caros amigos, foi o abandono (na mais das vezes, por razões de cunho social e ideológico) a que a entidade foi relegada por nomes mais exponenciais da categoria nas últimas décadas, propiciando que o comando pudesse ser exercido por profissionais oriundos de outras categorias, sem qualquer experiência no trato com a notícia e muito menos, o dia a dia das redações ou do trabalho jornalístico.
Foi assim que os desvios de finalidade se tornaram quase regra, deixando a entidade de servir aos profissionais de Imprensa e Jornalistas para servir a interesses e objetivos pessoais a mais das vezes movido por vaidade e egocentrismo incomum.  É verdadeiramente triste que uma História tão rica nos seus primórdios possa ser tão pobre na atualidade.
Como poderiam imaginar os mais brilhantes jornalistas de São Paulo que idealizaram, fundaram, e dirigiram a A.P.I. no caminho da luta pela liberdade de informação, contra qualquer tipo de censura à imprensa que, no milênio seguinte, o próprio mandatário da entidade (que representou durante décadas, os jornalistas de São Paulo) numa atitude monocrática e autoritária sem precedentes, iria solicitar ao Judiciário a proibição da publicação de artigos e reportagens de autoria de jornalistas ???  Que um mandatário da A.P.I. iria processar jornalistas? A que ponto chegamos? 
Concordo que foi necessária a convocação de Assembleia Geral Extraordinária por parte de associados da entidade para que se possa “tentar” e tão somente isso “tentar”, repito, recolocar a veteraníssima Associação Paulista de Imprensa de volta aos trilhos, de volta ao objetivo principal de sua finalidade: Ser efetivamente a Casa do Jornalista de São Paulo!
Afinal, mesmo em termos legais, foi para isso que a entidade foi fundada, criada, e recebeu do governo estadual o patrimônio físico aonde instalou a atual sede. Esse foi o objetivo da doação da propriedade para a entidade: SERVIR AO JORNALISTA DE SÃO PAULO! Tudo e tão somente isso!
Infelizmente, temos que concordar: Se esse objetivo foi cumprido através de uma história gloriosa de lutas nos primeiros anos da entidade, (permitindo inclusive a gestação e fundação - dentro da API - do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de outras entidades que brilham no cotidiano do cenário do profissional de Imprensa), de há muitas décadas essa missão foi totalmente distorcida.
Não temos como discordar que hoje essa veterana encontra-se na mais horrenda miséria financeira e patrimonial, à beira da falência como instituição e à mercê de oportunismo e aventuras fantasiosas a que é submetida cotidianamente, portanto necessitando de intervenção pronta para evitar o seu desmantelamento e extinção ou, o retorno do seu patrimônio físico (como exige clausula pétrea do instrumento de doação) ao estado.
Mais do que nunca, é preciso que Jornalistas, profissionais de Imprensa, organizações e entidades da categoria se unam para evitar o desaparecimento de nossa querida A.P.I.
Não é mais momento de vaidades, orgulhos, e veleidades humanas!
É preciso que aqueles que têm apego a cargos, títulos e chavões, reorientem seus pensamentos, suas atitudes, renunciando a pretensões que nada mais objetivam do que a perpetuação de um “status quo” que está conduzindo em lenta agonia a morte e desaparecimento de instituição.
A Renúncia e o desapego são atos corajosos e necessários, quando um líder verdadeiro, (na acepção da palavra) se depara com a impossibilidade de continuar mantendo uma luta que sabe, será perdida, oferecendo a outros com melhores condições a oportunidade de chegar ao objetivo.
A Associação Paulista de Imprensa precisa neste momento, de atitudes corajosas e da união de todos os companheiros jornalistas e profissionais de Comunicação Social (ou de Imprensa) para que possa ter ainda, qualquer chance de sobrevivência.
São os Jornalistas que devem assumir a A.P.I. Somente aos verdadeiros profissionais de Imprensa cabe decidir os destinos da entidade.
É preciso que a A.P.I. seja arejada com novos dirigentes, preferencialmente jornalistas experientes que possam unir a categoria aproximar pensamentos e posturas dissidentes e, com clareza, pautar objetivos e caminhos para a entidade.
Vivenciamos um momento em que o jornalismo mundial exige novas atitudes para com novas plataformas. Tempo em que se requer reestudo e readequação para com tecnologias, práticas e regras profissionais ainda não inteiramente dominadas. Entretanto, não podemos perder a história e muito menos, o patrimônio representado por nossa querida Associação Paulista de Imprensa.
Espero e peço aos planos superiores da organização terrena, para que nesta Assembleia, todos os participantes possam ser iluminados com absoluta clareza diante da responsabilidade do momento e, do compromisso de cada um para com a história do jornalismo de São Paulo.

Abraço a todos,

Jornalista Costa Carregosa
(Manoel da Costa Carregosa)



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